Jogo do Albatroz: game cooperativo sensibiliza sobre a conservação de albatrozes
No jogo de tabuleiro, aplicado em escolas e eventos, os jogadores trabalham em equipe como pescadores para evitar a captura de albatrozes
Atravessar o mar com seu barco de espinhel, pescar e atracar em um novo porto, causando o mínimo de mortes de albatrozes. Este é o objetivo principal do Jogo do Albatroz, board game criado pelo Projeto Albatroz, com patrocínio da Petrobras, para funcionar como mais uma ferramenta de sensibilização do público. O jogo foi desenvolvido em oficinas por quatro meses pelo Coletivo Jovem Albatroz e já faz parte das atividades de educação ambiental do Projeto.
A ideia de criar um game que ajudasse na tarefa de sensibilizar jovens e adultos sobre a conservação de albatrozes e petréis - aves oceânicas ameaçadas de extinção - surgiu do sucesso do jogo de tabuleiro gigante A Grande Viagem do Albatroz, utilizado em atividades do Ensino Fundamental I do Programa de Educação Ambiental Marinha “Albatroz na Escola”.
Nele, cada aluno representa uma ave que tem de voar longas distâncias, buscar seu alimento e alimentar os filhotes. O mapa da rota de voo se estende sobre um grande tabuleiro de lona no qual as crianças se movimentam entre as casas.
Em outubro do ano passado, a equipe de educação ambiental teve a ideia de adaptá-lo para um formato mais moderno, motivada pelo desejo de diminuir a dimensão do jogo e levá-lo para outros ambientes, divulgando-o para outros públicos. Surgia, assim, o chamamento para a construção colaborativa do Jogo do Albatroz, realizada em outubro de 2017. Nela, jovens entre 18 e 22 anos, uniram esforços com o Projeto Albatroz para fazer testes e sugerir formatos para o novo game.
“Já tínhamos em mente a intenção de transformá-lo em um jogo de mesa, mas nas conversas com os voluntários fomos ouvindo as opiniões de cada um e decidindo se os jogadores continuariam sendo aves, se seriam pescadores, e como seria toda a estrutura do jogo”, explica o responsável pelo Coletivo Jovem Albatroz, Rafael Monteiro.
Para a criação da estrutura do game, o Coletivo Jovem Albatroz contou com a ajuda de um jovem ‘mais velho’. Ricardo Silva Ratto Junior, de 35 anos, se interessou em participar do projeto devido a sua experiência com jogos de tabuleiro. Ele é o fundador do Projeto Ecobrincar, uma oficina e brinquedoteca itinerante que, desde 2013, promove educação ambiental com brinquedos e jogos artesanais feitos com materiais reaproveitados.
TESTES
Depois de criada uma base para o Jogo do Albatroz, os jovens fizeram reuniões na Taverna Geek, espaço de aluguel de jogos de tabuleiro em Santos (SP). Por lá, testaram jogos cooperativos, competitivos e pediram para que frequentadores do local jogassem o protótipo do game desenvolvido pelo Coletivo Jovem Albatroz, para fins de teste.
As pessoas que jogaram deram feedbacks positivos e sugestões de aprimoramento, o que agregou muito ao trabalho. “Ficamos contentes porque quando estávamos pensando em fazer um board game, não conhecíamos muito sobre o universo”, lembra Rafael Monteiro. “Descobrimos que era muito demorado fazer um jogo de tabuleiro porque você precisa testá-lo até encontrar e resolver seus defeitos”.
O Jogo do Albatroz foi finalizado em quatro meses e 12 unidades foram produzidas no Laboratório Ânima, nas dependências da Universidade São Judas - Campus Unimonte, em Santos.
COOPERAÇÃO
Um dos pontos mais importantes do jogo é estabelecer uma relação de cooperação entre os jogadores, porque a vitória só é alcançada quando todos trabalham juntos pela conservação.
De acordo com Ricardo, esta foi a principal dificuldade na produção do board game. “Como você joga com outras pessoas, sempre tem uma parte em que você não joga por si, mas se movimenta pelo grupo”, afirma. “Não existe concorrência em jogos cooperativos e isso é bacana, porque não faz sentido trapacear. A honestidade é forçada pelas circunstâncias”.
Para Rafael Monteiro, a cooperação é um fator positivo e que ajuda na absorção do conteúdo sobre os conceitos da vida e ameaças dos albatrozes, trabalhados durante o jogo pela equipe. “A gente tem recebido um feedback muito bom das pessoas que se interessam até em comprar o jogo”, conta.
Até o momento, o Projeto Albatroz não tem exemplares do jogo à venda, contudo está nos planos do projeto incluí-lo no catálogo da futura loja virtual Clube Alba.
Saiba mais sobre as ameaças à sobrevivência dos albatrozes e petréis e sobre as medidas mitigadoras da captura.
FICHA TÉCNICA - JOGO DO ALBATROZ
Lançamento: 2018
Componentes: 1 tabuleiro dobrável, 3 dados, 18 fichas hexagonais, 6 barcos, 42 cartas de jogo, 13 albatrozes e 3 cartas de resumo das regras
Número de jogadores: até 6 pessoas
Tempo de jogo: cerca de 1 hora
Classificação indicativa: maiores de 14 anos
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