Encontro pelos 10 anos do Coletivo Jovem Albatroz reúne mais de 117 jovens de projetos socioambientais
Durante três dias, os participantes discutiram o protagonismo juvenil frente aos desafios climáticos
De 28 a 30 de novembro, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, foi palco de diálogos, reflexões e uma extensa programação em celebração aos 10 anos do Coletivo Jovem Albatroz (CJA). Como parte da celebração, foi inaugurada, em um momento especial a exposição fotográfica “Retratos da Juventude que Ousou Cuidar do Mar” que resgata a história do Coletivo Jovem Albatroz de forma visual. A mostra segue em exibição no Centro de Visitação, em Cabo Frio (RJ), até o fim do ano.
A programação começou com uma mesa-redonda que reuniu Tatiana Neves, fundadora do Projeto Albatroz; Ana Paula Marques, gestora da Petrobras; Yasmin Saracho, integrante da primeira turma do CJA; e Kailany Lima, uma das primeiras monitoras do Centro de Visitação e integrante do CJA. A proposta da mesa foi refletir sobre o passado, o presente e o futuro do CJA, destacando a importância da força jovem em pautas socioambientais.
A mediação da conversa foi feita por Thaís Lopes, educadora ambiental que coordena o Coletivo Jovem Albatroz e integrante de sua primeira turma. Segundo ela, o objetivo foi revisitar a trajetória do grupo e compreender a sua evolução ao longo dos anos: “Minha intenção ao promover essa mesa foi dividir com outros jovens as histórias e os relatos de transformação inspiradores que são compartilhados comigo, de celebrar os passos dados pelo CJA ao longo destes anos com os que estão chegando e de mostrar que é possível conquistar o que desejamos.”
O encontro reuniu grupos com atuações socioambientais do Rio de Janeiro, especialmente os que atuam na Região dos Lagos, como a Rede Biomar, com representantes do Projeto Baleia Jubarte, Projeto Coral Vivo e Meros do Brasil; Projeto Imersão, da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Projeto Costão Rochoso, Projeto Cavalos-Marinhos, Projeto Mantas do Brasil, Projeto Mangue ao Mar, Projeto Uçá, Projeto Vidançar, Pré Vestibular Conceição Evaristo, 38º G.E. Chefe Manoel Rocha, Batalha de Rima União dos Coletivos; Representantes da Secretaria da Família e Juventude de Cabo Frio e alunos do Instituto Federal Fluminense também estiveram presentes neste momento. E para anfitriar a celebração, estiveram presentes membros do Coletivo Jovem Albatroz de diversas gerações, jovens que ingressaram de 2015 até as turmas atuais da Baixada Santista/SP e Região dos Lagos/RJ.
Durante as dinâmicas de integração, cada participante expôs os objetivos e a forma de atuação do seu projeto, evidenciando sua conexão pessoal com o oceano e com a conservação marinha.
Essa troca proporcionou reflexões sobre a importância da tradução do conhecimento científico, da valorização da territorialidade, do diálogo com a comunidade, e da sensibilidade para o que é coletivo. Para o Guilherme Almeida, integrante do Coletivo Jovem Mantas, esses diálogos ampliaram sua visão sobre o protagonismo juvenil: “Confirmamos que somos o presente da conservação, e não apenas o futuro. O contato com outros coletivos trouxe novas perspectivas fundamentais e provou que o protagonismo juvenil ganha potência real quando trabalhamos coletivamente. É no diálogo e na partilha de experiências que encontramos a força necessária para transfor(mar).”
Juventude socioambiental
Além das iniciativas ambientais, a programação contemplou a área sociocultural, com a participação de projetos como Projeto Vidançar, patrocinado pela Petrobras e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, e União dos Coletivos, um time formado pelo Mestre de Cerimônia Johw e mais cinco MCs de batalha de rima. Dessa forma, artistas de Cabo Frio demonstraram diferentes maneiras de transmitir mensagens climáticas e de conscientização ambiental de forma acessível, por meio da cultura.
Johw Pietro, mestre de cerimônias da batalha de rima, destaca o papel da cultura como difusora de mensagens relevantes para a população: “No meio das atividades, cheio de gente que pensa diferente de mim, eu percebi que, mesmo vindo de trajetórias distintas, todo mundo ali carregava o mesmo desejo: o de construir um mundo melhor, mais consciente, vivo e justo”. E complementa: “o freestyle virou uma forma de traduzir o que a gente absorveu durante o dia: consciência ambiental, respeito, responsabilidade e o entendimento de que o planeta não é um recurso, e sim casa. Com poesia no ritmo do beat, mostramos que a cultura também educa e transforma. Foi isso que vivi nesse evento: conexão, reflexão e a certeza de que a arte tem um papel gigante na construção desse futuro que a gente sonha.”
Unidos, todos os jovens participaram da atividade “Guia da Esperança”, na qual cada grupo, formado por representantes de diferentes projetos, desenvolveu um produto artístico para expressar caminhos rumo a um futuro sustentável. Inspirado em Paulo Freire, este material é uma construção colaborativa feita por e para juventudes, que puderam esperançar seus desejos para os próximos anos. Para além de um documento, é um compromisso tecido por muitas vozes, vivências e culturas de um grupo plural que acredita na potência do encontro, do afeto, do cuidado e do agir, e que, em breve, estará disponível nos canais de divulgação do Projeto Albatroz.
Arianne Carvalho, educadora ambiental do Projeto Albatroz e integrante do CJA, ressalta a importância dessa atividade durante a programação: “Cada grupo, formado por pessoas de diferentes vivências e lugares, conseguiu expressar o seu conhecimento de forma coletiva, representando o impacto do trabalho coletivo para conseguirmos alcançar o que desejamos para o meio ambiente e para o oceano durante os próximos anos.”
Além disso, o encontro incluiu uma visita mediada por todos os espaços do Centro de Visitação, permitindo que cada representante de projeto compartilhasse seus conhecimentos e experiências com os demais participantes.
Ao celebrar uma década de atuação, o Coletivo Jovem Albatroz reforça seu papel como espaço de formação, troca e engajamento de jovens em pautas ambientais, mostrando que a juventude é essencial para a construção de um futuro sustentável. Thaís Lopes reforça: “As atividades foram pensadas para celebrar a história do CJA, vivenciar o presente e garantir um futuro colaborativo e justo para todas as juventudes. Para isto, os jovens foram convidados para dinâmicas de trocas e construção na práxis, ou seja, aprendendo na prática, parte fundamental de como trabalhamos. Foi muito bonito e potente acompanhar que todos os jovens cumpriram com nosso combinado de corresponsabilidade e se envolveram nas atividades.”
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