Em Santos, Projeto Albatroz integra Festival de Cultura Oceânica e contribui para destacar a relevância do Currículo Azul nas escolas
Evento em Santos reuniu especialistas, projetos e instituições para discutir a integração da cultura oceânica à educação e fortalecer a consciência ambiental
Que o mar é fonte de diversidade e renda já é de conhecimento geral, mas essa imensidão também pode ser uma sala de aula. Foi com essa perspectiva que o Currículo Azul ganhou destaque no Festival da Cultura Oceânica, realizado em Santos entre os dias 23 e 29 de agosto.
O evento foi um espaço de diálogo voltado à integração da cultura oceânica nas políticas públicas educacionais, reunindo diferentes setores da sociedade para refletir sobre a relação com o oceano e buscar soluções colaborativas para o desenvolvimento sustentável, a economia azul e o enfrentamento das mudanças climáticas.
O Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, foi convidado a compartilhar sua experiência de mais de três décadas em educação ambiental, tema que faz parte de suas ações desde muito antes de o termo “Currículo Azul” entrar em pauta. A iniciativa integra a agenda brasileira da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, fortalecendo a cultura oceânica como base para o bem-estar, a prosperidade econômica e a sustentabilidade planetária.
A programação começou com a mesa-redonda de abertura “O Oceano e Nós”, que reuniu
especialistas e lideranças da área. Representando a Rede Biomar, estiveram Amanda Borges, consultora de projetos ambientais da Petrobras; Tatiana Neves, coordenadora-geral e fundadora do Projeto Albatroz; e Letícia Mourad, do Projeto Coral Vivo.
“Foi uma mesa de altíssimo nível, com colegas de grande relevância na área. Tivemos a apresentação dos resultados do eixo de sensibilização da Rede Biomar, conduzida pelo Prof. Ronaldo Christofoletti, onde foi possível ver refletido o trabalho desenvolvido pelos projetos da Rede, incluindo o Albatroz. Em seguida, apresentei ao público o que fazemos e a importância dos albatrozes nesse contexto”, explicou Tatiana Neves.
O encontro propôs refletir sobre como nos relacionamos com o oceano em diferentes dimensões, emocional, cultural, política e no cotidiano. A partir de estudos nacionais e internacionais, foram apresentados resultados da Pesquisa Oceano e Sociedade, iniciativa inédita que investiga a percepção das pessoas sobre o mar em escalas global e regional, e do projeto brasileiro Oceano sem Mistérios, que mapeia a forma como comunidades entendem e se conectam com o oceano.
A sessão também marcou o lançamento de novos dados regionais em áreas costeiras onde atuam os projetos da Rede Biomar, oferecendo informações concretas sobre desafios e oportunidades para ampliar o engajamento comunitário com a temática marinha.
“Mostrei como mobilizamos diferentes públicos, pescadores, comunidade em geral, jovens e estudantes pelo Programa Albatroz na Escola, além de turistas e moradores por meio do nosso Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha, em Cabo Frio. Esse esforço chamou bastante atenção da mesa e dos professores presentes, que ficaram impressionados com o alcance das nossas ações. Para mim, foi motivo de muito orgulho poder compartilhar esse trabalho”, destacou Tatiana. “Ter sido convidada para apresentar as iniciativas do Projeto Albatroz na mesa de abertura de um evento internacional tão relevante, realizado aqui em Santos, foi uma honra e uma oportunidade extremamente importante”, completou Tatiana.
Durante o festival, Paulo Salomão, coordenador de educação ambiental do Projeto Albatroz, participou da oficina "Integração e Formação - Programa Escola Azul Brasil e Áreas Marinhas Educativas", em parceria com o Governo da França e a UNESCO. A oficina contou com a presença de especialistas franceses que atuam no Programa Áreas Marinhas Educativas (AME). “Essa imersão de quatro dias me permitiu compreender melhor as similaridades entre os dois programas, conhecer atores que desenvolvem o currículo azul em diversas regiões do Brasil, além de explorar maneiras para aprimorar as atividades desenvolvidas pelo Projeto junto às comunidades escolares em nossos territórios", destaca Paulo.
Ele ressalta a importância de integrar essa rede: "O Projeto Albatroz deseja atuar como uma ferramenta de apoio para a implementação das escolas azuis nos municípios em que trabalhamos. Já contamos com o Programa Albatroz nas Escolas (PAE), que facilita essa interação e nos posiciona como um apoio dentro da rede de educação, na Baixada Santista no Estado de São Paulo e na Região dos Lagos no Rio de Janeiro."
Paulo complementa: "Participei do fórum nacional sobre o Currículo Azul, onde foram apresentadas experiências de secretarias de educação, professores e alunos que já praticam a Cultura Oceânica, por meio dessa iniciativa, em suas escolas. Foi mais uma oportunidade para divulgar o que está sendo feito, com relatos das escolas que já implementaram o programa e suas experiências transformadoras."
A participação no Festival Oceano da Cultura Oceânica reforça o compromisso do Projeto Albatroz com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As ações apresentadas dialogam diretamente com o ODS 4 (Educação de Qualidade), ao promover promoção da cultura oceânica nos processos de ensino; o ODS 14 (Vida na Água), ao sensibilizar para a conservação dos albatrozes e outros animais marinhos no ecossistema; e o ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação), ao integrar esforços junto à Rede Biomar e a diferentes atores sociais.
Leia mais
+ Notícias

Projeto Albatroz sedia oficina nacional de monitor...
Especialistas definem indicadores que vão orientar os próximos passos do 4° ciclo de gestão do plano...
28/08/2025
28/08/2025 Leia mais
Em Santos (SP), Coletivo Jovem Albatroz abre inscr...
No total, há 25 vagas para integrar o coletivo e participar da formação presencial, que ocorrerá na ...
13/08/2025
13/08/2025 Leia mais