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Da internet para as ruas: #AfetoOceano leva reflexão para a Praia do Peró, em Cabo Frio

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Atividade propôs reflexões sobre a relação dos visitantes com o oceano e sua conservação

Trazer uma ação virtual para a orla da praia tem seus desafios. Adaptar mensagens, construir um fio condutor para a intervenção, produzir materiais interessantes, dialogar com as pessoas e provocar reflexões. Foi com o objetivo de transformar a #AfetoOceano em uma atividade presencial de troca com o público que o Coletivo Jovem Albatroz se organizou para realizar a ação durante dois finais de semana do mês de fevereiro na Praia do Peró, em Cabo Frio (RJ).

Em parceria com a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do município, foi instalada uma tenda no calçadão da praia, onde visitantes, moradores e demais interessados puderam participar da intervenção, conversar sobre a conservação do oceano e conhecer mais sobre o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, presente em Cabo Frio há oito anos.

A intervenção #AfetoOceano foi criada em 2021, como parte da conclusão da formação ‘Década do Oceano: a juventude na transformação da sociedade”, que contou com a participação de jovens de 18 a 29 anos de todo o país. O produto foi uma série de três reels publicados no Instagram do Projeto Albatroz, que já foram assistidos por mais de 16 mil pessoas.

Para a construção da intervenção virtual, os mais de 20 integrantes do CJA se dividiram em grupos de roteiro, narração, captação de imagens e edição. Os jovens se preocuparam com alguns detalhes que fossem capazes de transformar os vídeos em experiências pessoais, sensíveis e inclusivas. Para isso, optaram por utilizar somente imagens feitas pelos próprios integrantes, escolheram narradores de diferentes regiões do país, adicionaram legendas aos vídeos e também a hashtag #PraTodosVerem, que possibilita o acesso ao conteúdo para deficientes visuais. 

Adaptação para o mundo material

Para transformar a intervenção virtual em material, os jovens se reuniram no mês de janeiro e pensaram em atividades que pudessem sensibilizar o público, gerar interesse no assunto, além de provocar a mesma reflexão da ação nas redes sociais: qual papel eu quero ter no futuro do oceano - aliado da conservação ou responsável pela sua degradação?

Desta forma, foram criados três momentos: no primeiro, os visitantes observam imagens ligadas à nossa relação com o oceano, montadas como um quebra-cabeça, em que uma peça está faltando - a peça é o próprio observador, que se identifica como parte daquilo.

No segundo, um painel investigativo ajuda a traçar uma rota de consumo consciente, por meio de perguntas que ajudam a identificar se a compra de determinado produto desejado pelo visitante é realmente necessária. Após obter essa resposta, o visitante se depara com um globo terrestre que mostra informações sobre o impacto do lixo no oceano, na vida marinha e na saúde humana. A ideia desta etapa é mostrar que as ações locais geram um impacto global e não existe o termo ‘jogar fora’, pois todos os resíduos permanecem dentro do planeta Terra para as futuras gerações.

Já no último momento da intervenção, o visitante é convidado a observar uma piscina cheia de tampinhas de garrafa que simboliza o oceano em 2050, de acordo com um levantamento da Ellen MacArthur Foundation: com mais plástico do que peixes. No interior da piscina, um espelho convida o visitante a se observar e refletir sobre seu papel nesta realidade.

De acordo com a educadora ambiental responsável pelo Coletivo Jovem Albatroz, Thaís Lopes, a troca dos jovens com o público gerou impactos positivos. “Através das conversas, das trocas de experiências e das provocações feitas no decorrer da intervenção, pudemos perceber que as pessoas passaram a enxergar o impacto das suas ações diárias na saúde do oceano, que é tão presente e especial na vida delas”, explica. “No final das contas, esse é um dos pilares desta Década do Oceano: identificar e ressaltar a importância desse complexo ecossistema na nossa história, lazer, trabalho, educação, religião, turismo, ciência e muito mais”.

Projeto Albatroz em Cabo Frio (RJ)

O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. Desde 2014, o Projeto mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados. 

Atualmente, o Projeto Albatroz mantém bases de atuação em seis estados brasileiros.

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