Conservação de albatrozes e petréis é tema de desafio do Climathon Rio de Janeiro 2022
Evento de projeção global aconteceu na Universidade Veiga de Almeida para buscar soluções locais para problemas relacionados às mudanças climáticas
Assim como acontece na conservação de albatrozes e petréis, as mudanças climáticas são problemas de dimensão global, mas que exigem ações locais para a mitigação de seus efeitos. Em busca de soluções regionais para desafios relacionados à crise do clima, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, foi um dos parceiros do Climathon deste ano, realizado no final de outubro na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus Tijuca, no Rio de Janeiro (SP).
O Climathon é um evento anual, realizado em diversas cidades ao redor do mundo com o objetivo de cocriar soluções para mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas em seus territórios, abordando temas importantes para a população local. Trata-se de uma ação de promoção e engajamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) realizada pela UVA no âmbito de seu compromisso com o Pacto Global da ONU. O evento contribui para o ODS 13: ação contra a mudança global do clima.
A edição deste ano foi organizada pelos professores Viviane Japiassú e Thiago Araújo do Núcleo de Inovação Pedagógica (NIP UVA) e pelo Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida e contou com o apoio de três parceiros propositores dos desafios: Educação climática (Propositor: Climate Reality Project Brasil), Chuvas Extremas e Mobilização Comunitária (Propositor: Defesa Civil do Município do Rio de Janeiro) e Albatrozes & Biodiversidade Marinha (Propositor: Projeto Albatroz).
De forma híbrida, estudantes universitários, tomadores de decisões e demais interessados foram divididos em times para o ideathon e elaboraram soluções para os desafios propostos, se debruçando sobre as problemáticas e criando propostas para agir pelo clima.
Segundo Viviane Japiassú, Líder Climática e Coordenadora do Núcleo de Inovação Pedagógica da UVA, organizadora do Climathon Rio de Janeiro, ao buscarem parcerias para propor os desafios do evento, eles não puderam deixar de fora uma instituição que trabalhe pela conservação da biodiversidade. “Como o oceano está entre os ecossistemas mais impactados pelo aquecimento global, trazer o Projeto Albatroz para essa discussão fez todo o sentido”, afirma. “Ficamos felizes em ter trazido esse assunto para as lives pré-evento e de ter engajado equipes a pensarem como ajudar a preservar os albatrozes”.
Soluções para a biodiversidade marinha
Os albatrozes e petréis fazem parte do grupo de aves oceânicas mais ameaçadas do planeta. Entre os principais perigos a que estão expostas em mar aberto estão a poluição por plástico, mudanças climáticas e captura incidental por barcos de pesca industrial. No Brasil, a Região dos Lagos, localizada no estado do Rio de Janeiro, é de grande importância para as ações de conservação, pois recebe grande quantidade de indivíduos em busca de alimentação durante o inverno.
Com informações em mãos, os grupos se debruçaram sobre a temática dos albatrozes e petréis e buscaram soluções eficazes e de fácil aplicação. A equipe vencedora do desafio sobre a biodiversidade marinha foi a equipe seis, "Abraço de Albatroz”, que conquistou o segundo lugar geral do Climathon com a ideia de criar um aplicativo para provocar a sensibilização do público sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global através de jogos digitais.
A aplicação também teria o objetivo de informar detalhes sobre a vida de albatrozes e petréis, explicar onde vivem, como se relacionam, sua alimentação e outras características com o objetivo de buscar a empatia dos usuários.
Além disso, também seriam criados NTFs (tokens não fungíveis, em tradução livre para o Português) inspirados nas aves para arrecadação de recursos que podem ser utilizados, posteriormente, para a realização de ações de educação ambiental e pesquisa científica, duas vertentes de trabalho essenciais para o Projeto Albatroz.
Discussões de importância global
Bióloga e integrante do Coletivo Jovem Albatroz, Arianne Fonseca participou de forma remota do Climathon Rio de Janeiro 2022. Segundo ela, que conhece a problemática que envolve a conservação de aves marinhas, o ponto mais interessante de participar do evento foi trocar experiências com pessoas de outros lugares: “No coletivo, nós já temos uma sinergia legal para trabalhar, traçar estratégias e enfrentar desafios. Então, além do desafio proposto pelo Climathon, também tivemos o desafio de trabalhar em equipe à distância, com pessoas com conhecimentos e vivências bem diferentes, em prol de um tema em comum”.
Para Tatiana Neves, fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz, a participação da instituição enquanto propositora de um desafio ligado à biodiversidade marinha foi extremamente importante. “Esse desafio é de grande destaque neste momento em que nós enfrentamos mais do que uma crise do clima, mas também uma crise da biodiversidade”.
Tatiana explica que albatrozes e petréis, assim como outras espécies de aves marinhas, leem o ambiente para se alimentar e se movimentar pelo oceano. Se ocorrem mudanças significativas nos regimes de ventos, pressão atmosférica, temperaturas e correntes marítimas, isso afeta também a distribuição do alimento das aves, colocando em risco sua nutrição e, consequentemente, seu sucesso reprodutivo, levando a uma crise generalizada nas espécies.
“As ideias desenvolvidas pelas equipes foram muito interessantes, todas envolveram o uso de aplicativos e desenvolvimento de tecnologias para facilitar o acesso à educação ambiental. Assim, quanto mais pessoas entenderem a importância da conservação da biodiversidade marinha, mais pessoas serão capazes de mudar seu próprio comportamento para reduzir o impacto humano sobre as mudanças climáticas e a biodiversidade”, finaliza Tatiana.
Projeto Albatroz na Região dos Lagos
O Projeto Albatroz nasceu em Santos (SP) e desde 1990 trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O projeto é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental desde 2006 e, mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus de Cabo Frio (RJ), desde 2014, que nos possibilitou ampliar as pesquisas no Porto de Cabo Frio, rota de diversas embarcações de pesca de espinhel com a qual albatrozes e petréis interagem e pela qual são capturados.
O primeiro Centro de Visitação do Projeto Albatroz está sendo construído em uma área de 18 mil m² ao lado da Lagoa de Araruama, também em Cabo Frio (RJ), para disseminar a cultura oceânica e desenvolver atividades de educação ambiental marinha para crianças, jovens, educadores, pescadores e turistas de toda a Região dos Lagos.
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